Saltos, manobras, deslizes, adrenalina e curativos...
25/11/2011 22:29
Conheça o lado “Agressivo” da Patinação
por Equipe Além das Traves
Foto: Divulgação
“Eu vou no flow nesse cano pra rachar esses nelson tudo!”. É bem provável que você não tenha entendido a frase acima e esteja se perguntando qual o teor alcoólico que a jornalista que vos escreve se encontra. Calma! Eu explico. O comentário expressa a vontade de um patinador de realizar manobras com alto grau de dificuldade em um corrimão, no intuito de provar para os patinadores inexperientes a sua capacidade. Muito além das belas paisagens vistas em patinadas na orla da Lagoa da Pampulha, o patins pode oferecer muita adrenalina e diversão para os que usufruem de seu estilo radical.
A modalidade de patinação que inclui manobras, saltos, deslizes e muitas quedas é conhecida como “Aggressive Inline”. O esporte pode ser praticado em ruas, parques e rampas específicas, as Ralf Pipes (estruturas em forma de U, utilizadas para a prática desse e de outros esportes radicais como skateboarder e bicicross). O investimento fica por conta dos equipamentos e curativos que a prática requer, mas que segundo seus praticantes aficionados, valem muito a pena.
O patinador Thiago Henrique Teixeira “Agressive”, 23, começou a patinar na década de 90, parou por um tempo e retomou a prática em 2006, através da modalidade que lhe rendeu o apelido. Para aqueles que desejam iniciar na patinação agressiva, Thiago recomenda a ajuda de quem já domina a modalidade. “O primeiro passo é procurar alguém experiente no esporte para que a pessoa possa ajudá-lo sobre onde e qual modelo de patins comprar, como, onde e com quem patinar, e sobre os itens de segurança, pois se trata de um esporte com riscos”, ressalta.
Sobre estereótipos, Aggressive foi enfático. Disse jamais ter sofrido preconceito. “Muito pelo contrário, as pessoas quando vêem algo diferente a tendência é não gostar e julgar sem conhecer, mas com o patins é diferente. Elas apreciam os movimentos e as manobras em obstáculos urbanos.” O publicitário Irlan Mogis, 22, se encontra afastado do esporte pela rotina apertada do trabalho, mas não vê a hora de retornar. “Tenho muita vontade de voltar a patinar. É uma sensação única onde toda evolução depende de você, do seu esforço diário”. Ele reconhece os riscos da prática, mas brinca que o importante “é aprender a se levantar. Os tombos e os machucados são inevitáveis. Até conseguir realizar uma manobra é necessária muita prática e muita força de vontade para não desistir. Você cai e levanta mil vezes, até acertar”, afirma.
O preço da adrenalina
O investimento inicial é alto, pois como em qualquer outro esporte radical é necessário o uso de equipamentos de proteção, que asseguram a integridade física dos aventureiros. Capacete, tornozeleira, wristguard (proteção para o pulso), joelheira, cotoveleira e é claro, o patins. Esses equipamentos podem ultrapassar a singela soma de mil reais. Tainan Costa Queiroz, dono da loja 4DJ, especializada em artigos esportivos para a prática de Aggressive, conta que alguns modelos de patins ultrapassam a quantia de R$ 3 mil. “Não trabalhamos com esses modelos, pois não temos muita saída, mas o acabamento, material e a pintura podem interferir muito nos preços”, completa.
Ele explicou a necessidade de equipamentos específicos para o Aggressive. “O patins de passeio não aguenta pancada e as rodas dissolvem no asfalto. Já o modelo street é resistente, pesado e fornece mais proteção nas manobras”. Tainan conta que a loja trabalhava com a venda de vinil, o famoso bolachão, mas a pirataria o obrigou a buscar outros mercados. “Os artigos esportivos, especificamente para o Aggressive, ainda não foram atingidos pela pirataria. Os equipamentos falsificados existem, mas a qualidade é inferior e os patinadores percebem claramente”.
História
A primeira equipe de patinação da modalidade Aggressive Inline surgiu em Belo Horizonte, em 1991. Alexandre Aguiar de Freitas (Alex), Welington Tadeu da Silva (Ton), Carlos Felipe Branco (Boca), Rafael Costa Paiva (Rafinha), Adamas Nelson (Adamoso), Juney, Dái e Antero Torres foram os primeiros a viajar o Brasil exibindo as manobras insistentemente treinadas na Fly Roller, uma pista montada no estacionamento do Shopping Del Rey.
Campeonatos
Os profissionais fazem parte do World Rolling Series (WRS) um ranking mundial que engloba vários outros campeonatos. Há no Brasil um WRS que soma pontos para o mundial, o Circuito InLine Street(CILS). Entre os campeonatos internacionais mais importantes estão o Bittencorld, Winterclash Pro, Fise, Chaz Sands Invitation, NYC Street Invitation e X-Games.
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